Vitaminas e Suas Funções
Classificadas como micronutrientes, as vitaminas e os minerais são necessárias em quantidades bem menores (algumas gramas ou microgramas) em comparação com as proteínas, as gorduras e os carboidratos, embora sejam essenciais para uma boa nutrição. Elas contribuem para que o organismo funcione corretamente e se mantenha saudável.
Vitaminas
Vitamina A - Retinol
O Retinol desempenha papel essencial na visão, crescimento, desenvolvimento dos ossos, desenvolvimento e manutenção do tecido da pele, processo imunológico e na reprodução. Aproximadamente 90% da vitamina A do organismo é armazenada no fígado; o remanescente é armazenado em depósitos de gordura, pulmões e rins.
Vitamina B1 - Tiamina
A tiamina tem papéis essenciais na transformação de energia e na condução de membranas e nervos. É necessária no metabolismo de gorduras, proteínas, ácidos nucléicos e carboidratos. É absorvida por transporte ativo no meio ácido do duodeno. A absorção pode ser inibida pelo consumo de álcool.
Vitamina B2 – Riboflavina
A Riboflavina desempenha um papel importante na construção e manutenção da pele, formação de anticorpos e hemácias, estímulo à assimilação dos sais ferrosos e ao metabolismo das proteínas.
Vitamina B3 – Niacina, Nicotinamida ou Ácido Nicotínico
A niacina está presente em coenzimas essenciais para as reações de oxidação-redução envolvidas na liberação de energia por carboidratos, gorduras e proteínas. Desempenham importante papel no metabolismo energético celular e na reparação do DNA, remover substâncias químicas tóxicas do corpo e auxiliar a produção de hormônios esteróides pelas glândulas supra-renais, como os hormônios sexuais e os relacionados ao estresse, reduz o colesterol total e aumenta o HDL.
Vitamina B5 - Ácido Pantoténico
O ácido pantotênico é essencial para o metabolismo celular. Está envolvido na liberação de energia do carboidrato, na degradação e metabolismo de ácidos graxos, na síntese do colesterol, fosfolipídeos, hormônios esteróides e porfiria para hemoglobina e colina. Ajuda a controlar a capacidade de resposta do corpo ao stress, atua na produção dos hormônios supra-renais, na formação de anticorpos, é necessária para produzir esteróides vitais como a cortisona.
Vitamina B6 - Piridoxina
Ela está envolvida no metabolismo dos aminoácidos, no funcionamento do sistema nervoso e também na saúde da pele. Assimila adequadamente a proteína e a gordura Ajuda na conversão do triptofano, que é um aminoácido essencial em niacina, contribui para evitar diversas perturbações nervosas e da pele, promove a síntese de ácidos nucléicos antienvelhecimento, funciona como um diurético natural, ajuda a reduzir a secura na boca e problemas para urinar causados por antidepressivos tricíclicos, reduz espasmos musculares noturnos, cãibras nas pernas, dormência nas mãos e algumas formas de neurite nas extremidades.
Vitamina B7 - Biotina
É uma vitamina sintetizada por bactérias. Ela serve como transportador de dióxido de carbono ativado. Funciona no metabolismo das proteínas e dos carboidratos. Ajuda no tratamento preventivo da calvície, acalma as dores musculares,. alivia a eczema e a dermatite, mantém a pele e sistema circulatório saudáveis, quebra gorduras e proteínas, tem papel importante no crescimento de cabelos e ajuda no trabalho das outras vitaminas B.
Vitamina B9 - Folato
O ácido fólico atua na formação de produtos intermediários do metabolismo, que por sua vez estão envolvidos na formação celular. Está presente na síntese do DNA e RNA e também tem papel na formação e maturação das hemácias e leucócitos.
Vitamina B12 – Cobalamina ou Cianocobalamina
A cobalamina é essencial para o funcionamento normal do metabolismo de todas as células, especialmente para aquelas do trato gastrointestinal, medula óssea e tecido nervoso. A concentração mais elevada de cobalamina é encontrada no fígado. Ela é liberada no rim conforme a necessidade da medula óssea e outros tecidos.
Vitamina C – Ácido Ascórbico
A vitamina C é a vitamina antiescorbútica. Embora o escorbuto tenha sido descrito pela primeira vez durante as Cruzadas, a inter-relação específica entre escorbuto, frutas cítricas e ácido ascórbico não foi estabelecida até o século XX. O ácido ascórbico é absorvido a partir do intestino delgado para o sangue por um mecanismo ativo e, provavelmente, também por difusão. Passa rapidamente para dentro dos tecidos adrenais, do rim, fígado e do baço. As quantidades excessivas são excretadas na urina. Sua habilidade de perder e captar hidrogênio lhe garante um papel essencial no metabolismo. O ácido ascórbico está envolvido na síntese do colágeno, no desenvolvimento do tecido conjuntivo, no processo de cicatrização e recuperação após queimaduras e ferimentos, na resistência a infecções, na absorção do ferro, entre outras funções. É importante na resposta imune e em reações alérgicas. A vitamina C carrega a fama de proteger contra o resfriado. Vários estudos foram realizados, sem alcançar uma decisão unânime. Acredita-se, porém, que os benefícios pelo ácido ascórbico estejam mais na redução da severidade dos sintomas da gripe do que na prevenção do resfriado.
Vitamina D - Calciferol
A vitamina D, ou calciferol, é uma vitamina lipossolúvel e é encontrada em muito poucos alimentos. As formas principais são conhecidas como vitamina D2 (ergocalciferol: de origem vegetal) e vitamina D3 (colecalciferol: de origem animal). É produzida pelo nosso organismo por ação dos raios ultravioleta que ao incidirem na pele desencadeiam a produção desta vitamina.
Promove a absorção de cálcio no intestino e contribui para a manutenção das concentrações séricas normais de cálcio e fosfato de modo a estabelecer uma mineralização óssea normal. Esta vitamina é necessária ao crescimento e remodelação ósseos, uma vez que sem ela os ossos podem ficar finos e frágeis.
A vitamina D também regula a excreção de fosfato inorgânico pelos rins e a secreção da hormona paratiroideia, contribui para a modulação do crescimento, diferenciação e apoptose celular e neuromuscular, para a função imunitária e redução da inflamação.
A ingestão de vitamina D contribui para a normal absorção e utilização do cálcio e do fósforo e para os níveis normais no sangue, a manutenção do normal funcionamento muscular, ossos, dentes e para o normal funcionamento do sistema imunitário.
Vitamina E - Tocoferol
Um dos anti-oxidantes mais importantes. vital para todos os tecidos e para o sangue. Atua sobre a imunologia, os processos de envelhecimento, as cardiopatias, os hormônios da fertilidade, os problemas da menopausa (tensão mental, insônia e problemas psicológicos), a degeneração dos sistema nervoso e a senilidade precoce. Previne a distrofia muscular, problemas congênitos, necrose do fígado, rejuvenece os vasos sangüíneos e todo o organismo, alivia as varizes e diminui a tensão arterial. Combate problemas de pele a calvice. Alivia as cãimbras musculares. Previne o aborto expontâneo. Aumenta o vigor sexual e atlético.
Vitamina K
A vitamina K é necessária principalmente para o mecanismo da coagulação sanguínea, que nos protege de sangrar até à morte a partir de cortes e feridas, bem como contra as hemorragias internas. A vitamina K é essencial para a síntese da protrombina, uma proteína que converte o fibrinogénio solúvel em circulação no sangue numa proteína bastante insolúvel chamada fibrina, o componente principal de um coágulo sanguíneo. Os compostos com actividade de vitamina K são essenciais para a formação de protrombina (factor de coagulação II) e de pelo menos outras cinco proteínas (factores VII, IX e X e proteínas C e Z), envolvidas na regulação do sangue. A vitamina K tem um papel importante na produção de resíduos de y-carboxiglutamato a partir do aminoácido ácido glutâmico. Na ausência de vitamina K, os factores proteicos são sintetizados, mas não são funcionais.
Minerais
Cálcio
O cálcio é o quinto elemento mais abundante no organismo. Além de sua função na construção de ossos e dentes, o cálcio também tem uma série de papéis metabólicos: afeta a função de transporte das membranas celulares, influencia a transmissão de íons através das membranas de organelas celulares, a liberação de neurotransmissores, a função dos hormônios protéicos e a liberação e ativação de enzimas dentro e fora das células. O cálcio também é necessário funcionamento do cérebro e regulação do batimento cardíaco.
Cloro
Esse mineral é um dos mais importantes na regulação da pressão osmótica, pois o cloro ionizado, juntamente com o sódio, mantém o balanço aquoso. Participa no equilíbrio ácido-base e na manutenção do Ph sanguíneo. O cloro secretado pela mucosa gástrica como ácido clorídrico acarreta a acidez necessária para a digestão no estômago e para a ativação de enzimas.
Cobre
O cobre é essencial para diversas funções orgânicas, como a mobilização do ferro para a síntese da hemoglobina, a síntese do hormônio da adrenalina e a formação dos tecidos conjuntivos.
Ferro
O organismo adulto contém de 3 a 5 g de ferro, aproximadamente 2.000 mg como hemoglobina e 8 mg como enzimas. O ferro é bem conservado pelo organismo: aproximadamente 90% é recuperado e reutilizado extensivamente. O ferro tem um papel no transporte respiratório do oxigênio e dióxido de carbono e é uma parte ativa das enzimas envolvidas no processo de respiração celular. Também parece estar envolvido na função imune e no desempenho cognitivo. No organismo, tem dupla origem: ferro exógeno, ingerido com os alimentos, e ferro endógeno, proveniente da destruição das hemácias, que libera cerca de 27 mg do metal, em seguida reutilizado.
Fósforo
O fósforo, um dos elementos mais essenciais, está em segundo lugar depois do cálcio em abundância nos tecidos humanos. Tem numerosas funções críticas no organismo. Algumas delas: O DNA e o RNA são baseados nos monômeros de éster de fosfato; a principal corrente de energia contém uma ligação de fosfato de alta energia; está presente em todas as membranas celulares do organismo; integra a estrutura dos ossos e dentes, dando-lhes maior solidez; participa ativamente do metabolismo dos glicídios; atua na contração muscular, entre outras.
Flúor
O flúor é um elemento natural encontrado em quase toda a água e em muitos solos. É considerado como essencial devido ao seu efeito benéfico no esmalte dental, conferindo resistência máxima às cáries. É prontamente absorvido pelo trato intestinal, pulmões e pele. Sua eliminação se dá pelos rins e em pequenas quantidades pelas glândulas sudoríparas e tubo gastrointestinal.
Iodo
Nosso organismo contém normalmente de 20 a 30mg de iodo, com mais de 75% na glândula tiróide e o restante distribuído por todo o organismo, particularmente na glândula lactente mamária, na mucosa gástrica e no sangue. A única função conhecida do iodo é como parte integrante dos hormônios tireóideos.
Magnésio
Sem magnésio não haveria vida possível sobre a terra, não só por fazer parte da composição dos pigmentos verdes dos vegetais superiores, permitindo a utilização da energia solar e síntese das substâncias orgânicas indispensáveis à vida vegetal e animal, como pelo seu papel de coenzima em diversos processos metabólicos. O magnésio está envolvido na formação de ossos e dentes, no funcionamento do sistema nervoso e dos músculos, na síntese dos ácidos graxos e proteínas, entre outras funções.
Manganês
A concentração de manganês no organismo humano tende a ser alta em tecidos ricos em mitocôndrias. Estás associado à formação de tecido conjuntivo e ósseo, crescimento e reprodução e metabolismo e carboidratos e lipídeos.
Molibdênio
O molibdênio é encontrado em quantidades mínimas no organismo e é prontamente absorvido no estômago e intestino delgado. É excretado primeiramente pela urina e também pela bile. Molibdênio é um mineral que se faz presente em pequenas quantidades no organismo humano, é importante a presença desse nutriente porque ele participa de reações como co-fator de enzimas. Por exemplo, é necessária a presença de molibdênio para oxidar o enxofre que é um componente de proteínas.
Potássio
O potássio é um elemento importante que constitui cerca de 5% do conteúdo total de minerais no organismo. Assim como o cloro e o sódio, está envolvido no balanço e distribuição de água, no equilíbrio osmótico, no equilíbrio ácido-base e na regulação da atividade neuromuscular. Promove, também, o crescimento celular. É absorvido através do trato intestinal e excretado pela urina, fezes e suor. Os rins mantêm os níveis de soro através de sua habilidade de filtrar, reabsorver e excretar potássio.
Selênio
A ação do selênio parece estar relacionada com a vitamina E, com as duas substâncias agindo sinergicamente na cura da doença hepática e de certas afecções musculares. Esse mineral evita a ocorrência da doença de Keshan (cardiomiopatia juvenil), alterações pancreáticas e promove o crescimento corpóreo. O selênio é absorvido no trato gastrointestinal e armazenado em maior concentração no fígado e nos rins.
Sódio
O sódio sob forma ionizada, é um dos principais fatores de regulação osmótica do sangue, plasma, fluidos intercelulares e do equilíbrio ácido-base. É essencial à motilidade e à excitabilidade muscular e na distribuição orgânica de água e volume sangüíneo. Seu teor no organismo gira em torno de 1% do peso corporal ou 70g para o homem adulto, sendo um elemento muito espalhado na natureza, ingressando no organismo através dos alimentos, deliberadamente acrescentado à dieta com o sal de cozinha.
Zinco
O zinco é conhecido há muito tempo como essencial para os microrganismos, mas a compreensão da deficiência humana é relativamente recente. De 2 a 3g desse mineral são encontradas no organismo de um adulto, com as maiores concentrações no fígado, pâncreas, rins, ossos e músculos voluntários. Outros tecidos com altas concentrações são partes dos olhos, glândula prostática, espermatozóides, pele, cabelos e unhas. O zinco participa de reações na síntese ou degradação de carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos nucléicos. Também está envolvido nos processos de transporte, função imune e expressão da informação genética.
Referência bibliográficas
Vitamins in Human Health and Disease, T.K. Basu, J.W. Dickerson, CAB International, 1996.
Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, L. Kathleen Maban, Sylvia Escott-Stump, Ed. Roca, 1998.
Tabela e Composição Química dos Alimentos, Guilherme Franco, Ed. Atheneu, 1999.